quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Minhas idéias


É engraçado como tenho debatido loucuras...

Encontrando diariamente momentos vagos, ou melhor, tornando o tempo ineficaz em aprendizado, num tempo glorioso de prazeres aproveitados...

O passado que me prendia em promessas futuras já não habita os sentimentos dessas mãos que relatam o presente vivido...

Vivido e bem quisto...?

As minhas idéias de sentar em praças e bem dizer meus pensamentos...
As minhas idéias de abraçar as diferenças vindas de diversos caminhos...
As minhas idéias de trocar lindas manhãs por tropeços boêmios aos luares na selva de pedras...
As minhas idéias de gritar o que vejo, o que sinto e o que vivo...

Não foram suficientes para apaixonar o exército de conquistas...

E seguindo o silêncio em minha companhia, trilhei caminhos desconhecidos...
Usei o corpo cansado da batalha utópica para fazer vontades virarem verdades...
Perdi Amores...
Perdi escolhas que trariam status sociais.


Rindo descaradamente da vida, cri em coisas que jamais compartilhei...
Vivendo enfurecidamente a essência da simplicidade, construí a solidão necessária para atingir um equilíbrio emocional...
Destruí sentimentos que pareciam durar a vida toda...
Derramei lágrimas incansavelmente...

E ao sentir o gosto salgado decorrente de diversos fatos errôneos, mesquinhos e vulgares...
Deitei pra trás a genuidade com a qual conduzi comportamentos falhos...


E hoje não há nada que eu não admire por ser genuinamente belo...
Não há nada que eu não admire por encarar-me no fundo dos olhos e decifrar num simples sorriso, a vida que me convida para o mundo...


Fernando Resende

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O equilibrista



Tocávamos clarinete na corda bamba
subíamos às altas torres do Egito
passeávamos de pára-quedas no sol sem fim dos dias de fogo
subíamos à capota do avião por cima das nuvens
recitávamos poemas à lua tocando nela.


Andávamos nos parapeitos dos edifícios de um pé só na balaustrada dos abismos
não caíamos dos fios metálicos do circo andando de cabeça para baixo
nem do alto da torre Eiffel correndo sonâmbulo.


Só na vida é que não nos equilibrávamos.


Francisco Bandeira de Mello

sexta-feira, 6 de novembro de 2009