domingo, 9 de maio de 2010

A Linguagem do Poeta


Uma linguagem que corte o fôlego.
Rasante, talhante, cortante.
Essa deve ser a linguagem do poeta.
Linguagem de aços exatos, de relâmpagos afiados, de agudos incansáveis, de navalhas reluzentes.

Uma dentadura que triture o eu-tu-ele-nós-vós-eles.

Um vento de punhais que desonre as famílias, os templos, as bibliotecas, os cárceres, os bordéis, os colégios, os manicômios, as fábricas, as academias, os cartórios, as delegacias, os bancos, as amizades, as tabernas, a revolução, a caridade, a justiça, as crenças, os erros, a esperança, as verdades... a verdade!


Sobre o autor: Octavio Paz nasceu e morreu na Cidade do México (1914 - 1998). Foi encorajado por Pablo Neruda para se dedicar à poesia. Foi escritor, poeta, diplomata e jornalista.