segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Há tempos o sono não me abandonava desta forma.
Porém desta vez não me abandona por causa das antigas preocupações. Na verdade não sei ao certo os motivos.
Podem ser as novas preocupações, o ócio ou talvez o nada.
A TV clama para não ser desligada, A programação apática e medíocre não acrescenta nada além de horas de distração vazia. As mesmas palavras, frases ensaiadas, tudo parece Ser inédito e sempre visto anteriormente.
A mente não pára, palavras parecem surgir de um lugar onde outrora nem letras havia. Um big-bang da língua brasileira. Faço um chá para ver se acalmo as idéias, mas elas parecem não querer me abandonar...
Pelo menos enquanto não são passadas para o papel, parecem temer cair no mundo do esquecimento... Só que estas possuem um grande problema, Não se organizam.
Querem ser todasescritasdeumavezsó...
Aquelas que exprimem o amor se apresentam, São meigas, porém tão incertas que não sabem o que dizer.
E quando dizem se vêem nervosas por finalmente estarem sendo ouvidas.
Por um momento me aquieto, tento prestar atenção no que elas dizem.
Suas palavras embaralhadas parecem suspirar.
Primeiramente me pedem desculpas por muito tempo.
Deixaram-me em claro, por tirarem-me a paz.
O garoto que virou homem dentro de mim agradece...Pois sei que o meu coração hoje se aproxima de uma nova vida, novas alegrias e tudo mais que o amor pode trazer.
O arrependimento misturado ao remorso de não ter beijado aquela garota parece contrastar com toda a alegria contida em mim. Ainda assim carrego uma parte da garota comigo. E espero que o amanhã amanheça logo, para que eu possa tentar tudo outra vez. Por fim um adeus, ou até mesmo um tchau pois tanto eu como as idéias do amor sabemos que amanhã nos encontraremos de novo. E como uma mãe se despede de um filho, desejo uma “boa noite idéia do amor” e ela me responde: -Boa noite coração do poeta.

Autor: Desonchecido

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sinto Vergonha de mim...




Sinto vergonha de mim!



"Por ter sido educadora de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.



Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
Que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.



Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.



'Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo
que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...



Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.


Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!


"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".



Cleide Canton