Doze anos acredito eu...
Arrasta o caixote pesado nos ombros magros...
As mãos sujas de graxa preta carregam algumas moedas como gorgeta...
Paro e volto meus olhos para o menino que não transmite sorrisos.
A noite passa lentamente e os meus prazeres se dissolvem involuntariamente num copo gelado de cerveja.
Distraio-me com a incessante tentativa daquele corpo infantil realizar seu trabalho
e abandonar a sua infância em alguns sapatos renovados...
Fernando Resende