segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um tapa na cara em 25 segundos




O homem que acorda com o barulho dos segundos gritando em seus ouvidos... Involuntariamente deixa-se levar para o despertar verdadeiro de um banho gelado...
O café da manhã tem o gosto de todos os dias...
Nada inovador...
A gravata lhe sufoca as idéias...
O último botão do colarinho o torna um homem digno para os padrões de uma sociedade suicida...
Enquanto isso...
Os mesmos segundos que há pouco violentaram o seu descanso...
Agora brincam com o seu desespero...
O banho já não faz mais efeito, pois o primeiro suor o cumprimenta timidamente através de sua testa...
A barba por fazer desafia a estética imposta pelos olhares de reprovação...
A pressa logo faz companhia às atitudes desajeitadas...
E ao atravessar a porta que o convida para o mundo...
Algumas idéias fervilhadas pelo sol...
Despertam a liberdade armazenada em todos os bolsos de sua calça social...
Aos poucos, suas próprias mãos desatam o nó que sufocavam idéias...
O bandido do tempo é flagrado pela esperença resgatada...
Os pés enjaulados dentro dos sapatos incômodos, já podem tatear a fina grama encharcada pelas gotas de orvalho...
Os olhos perdem a visão banalizada da vida...
Fomentam desejos...
Todas as regras são amassadas e jogadas ao vento...
Criam-se novos mundos...
O meu mundo...
O seu mundo...
O nosso mundo...

Fernando Resende

Um comentário:

  1. "O bandido do tempo é flagrado pela esperança resgatada..."

    Lindo isso, moço!

    Adorei... Vou favoritar o seu blog, gostei muito!!

    Beijocas poéticas!
    ahoo!!!

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